Cermissões registrou
queda de 54% nos pedidos de ligações de energia solar em 2023
O Presidente da
Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Deputado Zé Nunes,
convidou as entidades do setor de energia, para debaterem em audiência pública
na quarta-feira, 25/10, o Fluxo Inverso de Potência.
A Cermissões foi
representada no evento que aconteceu no Plenarinho da Assembleia Legislativa em
Porto Alegre, pelo Engenheiro Eletricista Nerisom Rohleder, e pelo Assessor de
Comunicação Vanes Della Flora.
Em janeiro de 2022, foi
promulgada a Lei Federal 14.300/2022, conhecida como Marco Legal da MMGD –
Micro e Mini Geração Distribuída, a qual tem gerado algumas divergências entre
vendedores de sistemas de geração de energia solar e as distribuidoras de energia.
Na audiência pública,
os representantes do setor de energia solar fotovoltaica, alegaram que o setor
entrou em crise, em virtude da reprovação de novos projetos pelas
Concessionárias de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul, sob a argumentação
dos problemas técnicos ocasionados nos sistemas de distribuição de energia,
principalmente o Fluxo Inverso de Potência, informando a necessidade de
adequações e investimentos para viabilizar novas ligações de energia gerada por
meio de placas solares, conforme previsto na resolução 1.059/23 da ANEEL.
A inversão de fluxo na
rede de distribuição ocorre quando a quantidade de energia gerada pelos
sistemas de Geração Distribuída (GD), supera a demanda dos consumidores
conectados à mesma rede. Essa situação pode levar a problemas como sobrecarga,
desequilíbrio de tensão e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
REPRESENTANTES DA CEEE
EQUATORIAL E DA RGE APRESENTARAM DADOS TÉCNICOS DAS EMPRESAS
A CEEE – Equatorial foi
representada na Audiência Pública, por Júlio Hofer, e a RGE, por Cristiano
Pires, os quais afirmaram que as empresas cumprem a legislação do setor, e
estão atendendo as demandas.
Conforme Júlio, a principal divergência entre os setores, é quanto à necessidade de obras, quando os clientes solicitam uma potência maior na GD, e isso gera uma obrigação de adequação da rede da Concessionária, e pelo regramento da ANEEL, existe um cálculo que deve ser obedecido, de participação financeira da GD, para cobrir o custo da adequação, justamente para evitar que esse custo seja incluído na tarifa de energia de todos os consumidores. “Do total de projetos apresentados junto a CEEE, somente 1,9% não foram aprovados, dos quais foram apresentadas as alternativas para suas ligações, e precisamos cumprir as regras da ANEEL, inclusive para não sofrer punições”, destacou Júlio.
FECOERGS REPRESENTOU AS
COOPERATIVAS NA AUDIÊNCIA
A Federação das
Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do
Sul, convidada para a audiência pública, foi representada pelo Engenheiro
Eletricista Luis Osorio Dornelles.
Para Osório, o Fluxo
Reverso de Potência, é um problema técnico enfrentado pelas distribuidoras de
energia, e esse problema deve ser tratado em âmbito técnico, levantando as
questões que impactam nas Cooperativas. Hoje o Fluxo Reverso representa um
problema também econômico, uma vez que a Cooperativa que possui Fluxo Reverso
com a sua supridora, está pagando duas vezes sua tarifa, pois está pagando a
tarifa cheia e tendo que fazer a compensação no outro lado. Outro fator
preocupante é a estabilidade do sistema elétrico, pois segundo a ONS, nas
questões de alívio de carga, devem ser desconsiderados os alimentadores com
Fluxo Reverso, e na realidade das Cooperativas existem muitos alimentadores
nesta situação. Precisamos tratar as coisas como elas são no âmbito técnico, e
não superficialmente como foi tratado na audiência, pois os problemas técnicos
do fluxo reverso é um fato, um dado, não é uma opinião, e a realidade se impõe,
e precisamos aprofundar o debate sobre o tema, para não pagar um alto preço a
curto e médio prazo. Quem alertou a ANEEL, já há alguns anos sobre esse
problema do Fluxo Reverso, foi a FECOERGS, que esse problema se tornaria maior
no futuro, e agora estamos retomando esse debate, salientou Osório.
SINDICADO DOS
ENGENHEIROS DO RIO GRANDE DO SUL ACOMPANHOU A AUDIÊNCIA PÚBLICA
O SENGE, Sindicado dos
Engenheiros do Rio Grande do Sul, teve como representante na audiência pública,
o Vice-presidente Diego Oliz.
Como instituição de
engenharia, acreditamos que os projetos possam ser implementados, seguindo as
normas técnicas reguladas pela ANEEL, mas de forma mais ágil. Estamos vendo com
bons olhos esse debate sobre o tema, para conseguir um consenso para acelerar os
processos, destacou Diego.
Alexandre Jung,
representante da Agergs, disse que a agência estadual tem feito fiscalização
nas concessionárias.
REGULAMENTAÇÃO FOI
NECESSÁRIA PARA EVITAR UM POSSÍVEL COLÁPSO NO SISTEMA
Para o Engenheiro
Nerisom, a regulamentação da ANEEL, através da Lei 14.300/22, foi fundamental
para evitar um possível colapso nos sistemas de distribuição de energia, em
virtude do Fluxo Reverso. Já enfrentamos vários problemas técnicos em nossas
redes, e precisamos investir constantemente em nossos sistemas de distribuição
para receber a energia gerada pelas placas solares durante do dia, e garantir o
abastecimento a todos os associados durante a noite, e nos últimos anos o
consumo noturno aumentou em razão dos descontos aos irrigantes. Não negamos
nenhuma ligação de GD, mas estamos cientes que todos os investimentos que a
Cermissões fez, acabam onerando a tarifa de todos os associados, inclusive dos
que não tem GD, e estar presente na audiência pública é muito importante, para
ampliarmos nossos conhecimentos, debater com demais distribuidoras e colegas, e
assim agirmos corretamente junto aos nossos associados, salienta Nerisom.
REPRESENTANTES DA
CERMISSÕES VISITARAM GABINETES DOS DEPUTADOS
Aproveitando a estadia
em Porto Alegre, os representantes da Cermissões mantiveram contato com
diversos deputados e assessores que representam a nossa região no Parlamento
Gaúcho. Foram visitados os gabinetes dos Deputados, Eduardo Loureiro, Elton
Weber e Vilmar Zanchin (Presidente da Assembleia).
Durante audiência com o
Deputado Elton, que também preside a Frente Parlamentar de Apoio ao
Cooperativismo do RS, foi possível explanar as dificuldades das distribuidoras
de energia no enfrentamento dos problemas causados pelo Fluxo Inverso.
“Precisamos tomar conhecimento da situação, para agirmos de forma correta, e
não haver prejuízos para ninguém”, disse Elton.
CERMISSÕES REGISTRA
QUEDA DE 54% NOS PROJETOS DE GD EM 2023
Desde janeiro deste
ano, quem contratou o sistema de painéis solares, está pagando pelo uso da
infraestrutura que as distribuidoras de energia disponibilizam para períodos
onde a geração simultânea não é gerada.
O pagamento escalonado
da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd fio B) começou em 15%, em
janeiro de 2023; vai a 30%, a partir de 2024; depois 45%, a partir de 2025; a
60%, em 2026; a 75%, a partir de 2027; a 90%, a partir de 2028; e a partir de
2029 ficará sujeito à tarifa estabelecida pela Aneel.
Desde a entrada em
vigor desta normativa, o número de conexão por GD, diminuiu consideravelmente junto
a Cermissões.
Conforme levantamento
realizado pelo fiscal de obras e microgeração Rômulo Hartmann, ao todo, foram
instalados 3.042 sistemas de microgeração de energia (placas solares),
interligados nas redes da Cermissões, o que representa 9,49% dos associados da
Cooperativa, com uma capacidade de geração de 27.603,94 kW, para compararmos,
isso representa 54% da capacidade da Subestação Santo Antônio de São Luiz
Gonzaga.
Desde o dia 7/1, data
da entrada em vigor da cobrança de 15% para uso da estrutura dos sistemas de
distribuição de energia, até outubro de 2023, foram 627 novos projetos
protocolados junto a Cermissões, para instalação de placas solares. “Houve uma
queda considerável, superior a 54%, nas solicitações de implantação de placas
solares, após a inclusão da tarifa de 15%”, e a tendência é que este percentual
aumente, pois, os pedidos protocolados até a data limite em janeiro, tinham
prazo de 120 dias para instalação, sendo estes computados nesta relação de 2023”,
relatou Rômulo.
Cermissões, a Luz das
Missões!